Biólogo Thomas Lovejoy: A Biologia perde mais um ícone

Faleceu o biólogo americano Thomas Lovejoy, 80 anos, um dos mais importantes estudiosos da Amazônia, que também teve papel decisivo para a criação de políticas de proteção da floresta. Foi no dia de Natal, vítima de câncer no pâncreas.

Nascido em Nova York, Lovejoy chegou à Amazônia em 1965 devido a seu doutorado sobre aves na Universidade Yale. Se apaixonou. Voltou sempre.

Escreveu contra a Transamazônica e seu impacto na extinção de espécies da floresta. Pesquisou para entender o impacto da fragmentação sobre a viabilidade da floresta numa reserva de mata próxima a Manaus.

No meio do percurso cunhou - com amigos biólogos - o termo “diversidade biológica”, que se tornaria mais simples: 'biodiversidade'.

Lovejoy ainda propôs projeto para que países endividados do mundo tropical poderiam abater parte de suas dívidas externas em troca da conservação das florestas. Brasil o rejeitou, mas ele se tornou instrumento relevante para levantar recursos para a conservação no mundo todo.

Trouxe senadores americanos ao Brasil para discutirem possibilidades de cooperação para manter a floresta em pé. A conversa evoluiu após a Rio-92 para um programa-piloto de proteção às florestas tropicais do Brasil.

Em 2020, ajudou a articular uma carta de notáveis a Joe Biden pedindo ação em relação ao desmatamento, que explodiu sob o governo Bolsonaro.

Nos últimos anos, com o climatologista Carlos Nobre, vinha estudando as formas como a mudança climática e o desmatamento se combinam para levar a Amazônia para um 'ponto de virada', a partir do qual a floresta entra num colapso sustentado e não é mais capaz de se recuperar.

Em 2018, a dupla publicou artigo sobre o tema no periódico Science Advances e vinha refinando dados sobre sua teoria. Uma perda e tanto!

 

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